Equipe da FBAC visita APACs do Sul de Minas

RELATO MISSIONÁRIO

1540 km. Esta foi a distância percorrida durante os dias em que fizemos nossa primeira viagem missionária pelas APACs. É isto mesmo. A exemplo dos seguidores de Cristo, em especial o Apóstolo Paulo, que fundava as comunidades Cristãs e depois de tempos em tempos as visitava, sempre acalentamos o sonho de fazer uma viagem missionária pelas APACs.Após refletirmos, concluimos que para uma primeira experiência, poderíamos seguir a rota da BR 381 – Itaúna – São Paulo. Então, elaboramos o roteiro, fizemos os contatos e preparamos o material. Na véspera da viagem, os amigos Jonas, Samuel e David (recuperandos da APAC de Itaúna, deram aquele capricho nos carro. Conferimos os freios, água, óleo e abastecemos o veículo. No dia seguinte, levantamos bem cedo, eu e meu companheiro de viagem, o Beto, e pegamos a estrada. Além de um grande entusiasmo, levávamos nosso mapa de estrada e a Bíblia, pois em nosso plano, tínhamos o desejo de orientar nossa viagem missionária com os relatos dos Atos dos Apóstolos.Com uma hora de atraso, chegamos a nossa primeira parada: APAC de São João Del Rei.Em conversa reservada com os recuperandos e depois com a equipe de trabalho, foi possível perceber, que embora sendo uma das APACs mais jovens, ela se destaca pelo cumprimento fiel da metodolodogia, e não obstante os desafios estruturais (pois se trata de uma antiga cadeia que estava totalmente abandonada e posteriormente reformada pela APAC), a equipe conseguiu criar um espaço bonito e favorável à transformação dos recuperandos. Com uma limpeza impecável, armários rigorosamente organizados, flores…, e com a recente inauguração de uma sala destinada à laborterapia, concluimos que com unidade, esforço e dedicação, é possível transformar não só os ambientes, mas também as pessoas que ali vivem.

De São João Del Rey partimos para Perdões.

Com alegria fomos recebidos pela equipe já no meio da rua e durante várias horas foram nos mostrando as dependências e as modificações ali realizadas, inclusive o refeitório para o semi aberto que antes não existia. Com uma equipe de trabalho bastante jovem, a atual diretoria tem feito um grande esforço para aplicar corretamente a metodologia e criar um ambiente favorável para a mudança dos recuperandos. Enquanto falávamos com os recuperando, chegou o Juiz de Direito
Dr. Sérgio, aquele que foi o responsável pela fundação da APAC em Perdões, e ali, sentados na escada que dá acesso aos dormitórios do regime fechado ficamos a lembrar do processo de fundação daquela APAC, e juntos tecíamos os planos para o futuro, sobretudo no que concerne à ampliação do espaço físico da entidade. Enquanto tomávamos um saboroso café e orientávamos a equipe de trabalho, percebemos que a noite já estava caindo e que se armava uma grande tempestade. Então concluímos que era hora de pegarmos a estrada novamente, agora rumo a Pouso Alegre, onde iríamos dormir, e após uma longa sessão de fotos e muitas brincadeiras partimos. Entre fortes relâmpagos, trovões e muita chuva, fomos rezando e agradecendo a Deus pelo dia tão abençoado que havíamos passado e assim, profundamente cansados, chegamos na casa dos amigos  Marquinhos e Marli que nos acolheram com grande alegria. No dia seguinte, bem cedinho nos despertamos e nos dirigimos para a APAC de Pouso Alegre. Alí, como nas demais APACs por onde havíamos passado, nosso primeiro compromisso seria uma conversa a sós com os recuperandos e em seguida com a equipe de trabalho e com o Juiz Dr. Sérgio e com a Promotora de Justiça Dra. Maria Cristina. Devo reconhecer que não obstante ter esta APAC pouco tempo desde sua fundação, a mesma vem se destacando como sendo uma das APACs que mais tem evoluído. Em espaços amplos, e extremamente limpos e organizados funcionam os regime aberto e semiaberto, além de várias oficinas profissionalizantes (fábrica de blocos, carpintaria, funilaria, serralheria, padaria, e outros). Ademais, importante destacar a beleza dos campos de plantação (café, feijão, limão, laranja, morango, etc.) e a criação de animais como coelhos e suinocultura. Além do esforço de toda a equipe para o pleno funcionamento das atividades acima elencadas, importante destacar o empenho para a conclusão das obras do regime fechado de modo a aplicar o Método APAC na sua totalidade.Após o almoço, onde inclusive comemos coelho ao molho de laranja, partimos rumo a Campo Belo. Quem sofreu demais na viagem foi o Beto, que exagerou na hora do almoço e comeu além da conta.Chegando a Campo Belo ali já nos esperava a Dra. Maria Célia – juíza de Direito que foi a responsável pelo início daquela APAC que em companhia dos demais membros da equipe nos colocaram a par da realidade atual da entidade. Na oportunidade aproveitamos para visitar as obras de construção do centro de reintegração social, que certamente, após a inauguração, possibilitará a melhor aplicação da metodologia, já que a atual APAC funciona em prédio anexo à cadeia pública. Certamente que o testemunho de total dedicação e renúncia da equipe nos tocaram profundamente, fazendo-nos acreditar que num futuro próximo a APAC de Campo Belo irá se destacar em toda a região, depois de um dia extremamente cansativo, nada é , melhor que um momento de desconcentração e bate papo na casa da voluntária Sra. Denise, sempre tão alegre e acolhedora.Na manhã do dia 10/09 bem cedinho, pegamos a estrada em direção a APAC de Alfenas, e assim que chegamos foi possível encontrar os recuperandos que já se encontravam reunidos na sala de palestra. Assim começava mais um curso de conhecimento e aperfeiçoamento do método APAC. Fácil trabalhar quando se encontra um apoio incondicional da direção, sempre presente e disponível, e o esforço considerável por parte dos recuperandos, sequiosos de conhecimento e aprendizado. Depois de um dia e meio de curso, entre belíssimos depoimentos e grande alegria nos despedimos de todos e partimos para Boa Esperança onde iríamos participar da primeira audiência pública promovida pelo TJMG para instalação da APAC.                                                                               Em Boa Esperança, além de uma grande equipe entusiasmada a nos esperar, nos encontramos com alegria com o Dr. Luis Carlos, e Dra. Marina Vilhena, ambos  membros do Projeto Novos Rumos do TJMG e a Sra. Magna, Presidente da APAC de Nova Lima. Após breve participação na audiência pública nos dirigimos para a APAC de Machado. Em prédio anexo à atual cadeia pública onde funciona provisoriamente a APAC de Machado, nos encontramos com os membros da administração que entusiasmados nos apresentaram os projetos para evoluir na aplicação da metodologia entre os quais consta a construção do centro de reintegração social da APAC, e para que isto aconteça a APAC de Machado já conta com um belíssimo terreno que pudemos verificar “in loco” quando a noite já havia caído.Embora cansados, quando o sol ainda não havia se despertado, nos levantamos e pegamos a estrada de volta a Itaúna, e no caminho agradecemos a Deus por nos ter permitido vivenciar dias tão agradáveis e experimentar a força do amor de Deus na vida de tantas pessoas que foi possível encontrar.A nossa profunda gratidão a todos (as) que nos acolheram.
Estamos juntos.
Valdeci Antonio Ferreira
Roberto Donizetti de Carvalho

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9º CONGRESSO DAS APACs / 9º Congress of APACs