Continuando nossa jornada sobre os programas e projetos realizados pela FBAC, hoje vamos um pouco mais longe, “além das fronteiras”.

Más Allá de las Fronteras é o nome do projeto realizado pela FBAC, em parceria com a AVSI Brasil, e financiado pela União Européia. O projeto tem como objetivo reforçar a atuação das APACs em nível internacional, especialmente na América Latina, através da cooperação entre instituições parceiras, da promoção dos direitos humanos da população carcerária e do combate a atos de tortura, maus tratos, penas cruéis, desumanas e degradantes, a partir da experiência metodológica das APACs.


Hoje quem conta para a gente sobre estas e outras parcerias internacionais da FBAC é Dênio Marx, coordenador do projeto e o principal responsável pelas relações internacionais da FBAC.

Boa leitura!

Me chamo Denio Marx, atualmente sou o responsável pelas Relações Internacionais da FBAC. Sou graduado em relações internacionais, direito, pós graduado em políticas internacionais e MBA em planejamento e gestão estratégica.

Estou envolvido no trabalho das APACs há 11 anos. Comecei o meu trabalho como voluntário na APAC masculina de Itaúna e fui encarregado jurídico. Em 2013 me juntei à equipe da FBAC.

De certa forma sempre estive envolvido com trabalhos sociais-humanitários, fui voluntário por 5 anos em um projeto de assistência a pessoas carentes no norte de minas e sertão e em uma das viagens tive meu primeiro contato com as prisões sem imaginar que em um futuro não muito distante me dedicaria exclusivamente a isto.

Parte do meu trabalho é prestar assistência às APACs fora do Brasil, e nesse sentido a FBAC junto à AVSI Brasil criaram o projeto Más Allá de las Fronteras, que é financiado pela União Europeia e tem como escopo a promoção e fortalecimento das APACs na América Latina, principalmente na Costa Rica, Chile, Paraguai e mais recentemente no México através de um outro projeto também financiado pela União Europeia para implementação da primeira APAC juvenil feminina naquele país. O projeto faz parte do instrumento europeu de promoção e defesa dos Direitos Humanos e democracia. 

Obviamente um trabalho dessa magnitude é realizado a muitas mãos e um dos grandes parceiros da FBAC sobretudo neste projeto é a PFI – Prison Fellowship International  que possui confraternidades filiadas à instituição nos países onde a FBAC atua, não somente quanto ao projeto Más Allá de las Fronteras mas também em outros 12 países como  Guatemala, Portugal, Itália, Alemanha, Uruguai, Argentina, Holanda, Coréia do Sul, Camarões, Portugal.

Sabemos que as longas distâncias e diferenças culturais, sociais, de legislação, são alguns dos desafios que enfrentamos para a institucionalização das APACs fora do Brasil. É muito difícil a correta aplicação do Método já que em sua grande maioria, as APACs estão localizadas dentro de prisões comuns ou em pavilhões.  Hoje, com o advento dos aparatos tecnológicos, nos facilitou muito o contato mais próximo com estas instituições para que a FBAC possa prestar assistência, orientar e buscar meios para o fortalecimento dessas APACs.

Como dizia Mário Ottoboni: “onde tiver um preso sofrendo atrás das grades é de nossa responsabilidade”, “nossa missão é abrir as portas das prisões do mundo todo” e nas palavras de Valdeci: “embora tenha nascido no Brasil, a APAC não é nossa mas é uma obra a serviço de toda a humanidade”.

O período de pandemia serviu para mostrar nossa fragilidade e a princípio nos trouxe além do medo e insegurança um sentimento de impotência diante da situação mas ao mesmo tempo nos ensinou muito e nos fez avançar, nos conectou.

Apesar de as fronteiras estarem fechadas durante alguns períodos da pandemia e não conseguirmos fazer atividades presenciais, logramos muitos resultados positivos do projeto. 

Já neste início de 2022, programamos visitas no México, Costa Rica e Paraguai, para missões de treinamentos, formações, eventos, reuniões institucionais e seminários de sensibilização.

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9º CONGRESSO DAS APACs / 9º Congress of APACs