Entre os dias (21/08 a 24/08), a FBAC está recebendo o visitante Jacob Hill do Reino Unido acompanhado de sua tradutora, Inês Telles. Nestes dias, estão realizando uma imersão na metodologia. Já visitaram as APACs de Itaúna/MG e Divinópolis/MG. Os visitantes são representantes da Fundação The Churchill Fellowship, que financia estudantes pesquisadores do Reino Unido inclusive para viajar para outros países e estudarem sobre projetos relacionados ao sistema prisional, trazendo para o Reino Unido, ideias e conhecimentos inovadores.

A imersão do Método APAC é uma modalidade de conhecimento proporcionada pela logística e estrutura do Centro Internacional de  Estudos do Método APAC (CIEMA). 

Para Jacob a experiência apaqueana, é algo um pouco chocante: “A confiança dada aos recuperandos é algo que impressiona. O que eu acho interessante,  é que esta confiança é o segredo que faz com que a reincidência seja tão baixa nas APACs. A confiança empregada, gera responsabilidade nos recuperandos; diferentemente do sistema prisional comum, que durante toda a pena não confiam nos presos e ao final da sentença, esperam que eles tenham uma atitude diferente.”

Na percepção de Jacob, o método APAC pode ser implementado em fases no Reino Unido: “A primeira fase seria trazer um pouco desta confiança aplicada nas APACs, por meio do Conselho de Sinceridade e Solidariedade – CSS. Gosto do fato de que, são os recuperandos em privação de liberdade, que chamam a atenção dos outros recuperandos, por faltas pequenas. Penso que isto traz aos dirigentes, responsáveis pelas APACs, um pouco mais de confiança nos recuperandos, diminuindo assim o trabalho dos colaboradores das APACs. Na segunda fase, vejo que os presidiários podem participar do trabalho administrativo da prisão, no Reino Unido. Temos dificuldade de contratar pessoas para trabalharem nesses ambientes; contar com os presidiários, no administrativo, poderia ser uma maneira de reduzir custos e resolver este problema.”

Jacob conta que a realidade no sistema prisional do Reino Unido diverge do que acontece nas APACs brasileiras: “No Reino Unido o sistema prisional é muito medieval e antigo. A lógica é construir prisões mais escuras. Neste momento está sendo construída uma prisão para 2000 pessoas. Já vi modelos parecidos com a APAC, na Europa como, por exemplo, o movimento Rescaled e o modelo norueguês.”

Jacob finaliza, contando que a Fundação The Churchill Fellowship trás possibilidades para que essas histórias sejam contadas, dando voz para estas pessoas. Por ele ser um homem branco e europeu, ele sente que será ouvido mais facilmente. Em relação às prisões do mundo, Jacob menciona que duas coisas precisam ser feitas: “ A primeira é que precisamos de menos pessoas presas e isso só é alcançado com novas políticas e mudança de cultura. Também precisamos de melhores prisões, como as APACs e o modelo norueguês.” 

Jacob e Inês finalizaram sua visita nas APACs de Betim/MG e Belo Horizonte/MG.

O que é o CIEMA?

Em 11 de setembro de 2019, foi inaugurado o Centro Internacional de Estudos do Método APAC (CIEMA), uma extensão da FBAC, que surgiu com diversos objetivos, destacando-se a capacitação, o acompanhamento e o assessoramento de colaboradores das APACs, estudantes, pesquisadores e a sociedade em geral que busca aprender ou aprofundar seus conhecimentos acerca da metodologia apaqueana, maximizando as possibilidades de divulgação, fortalecimento e expansão das Associações de Proteção e Assistência aos Condenados (APACs) para todo o mundo.

 

Para saber mais sobre APAC, FBAC e CIEMA acesse https://fbac.org.br/

 

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9º CONGRESSO DAS APACs / 9º Congress of APACs