Nesta matéria em um formato um pouco diferente, a FBAC fará um bate-papo com a nova Diretora-Geral da FBAC, Tatiana Faria. Onde você poderá conhecer mais a fundo a nossa Diretora. Em um esquema de “bate e volta”. Confira: 

 

  • Sobre Tatiana Faria

    Nasci em Santa Bárbara, uma cidade do interior de Minas Gerais, uma cidade histórica do circuito do ouro. Tem fortes tradições culturais, religiosas comum em cidades do interior de Minas Gerais, que teve forte influência na minha infância/adolescência sobretudo pela influência de meus avós paternos, que tinham uma religião fortíssima. A cidade me permitiu viver uma infância e adolescência muito rica, feliz e livre
  • O que imaginava ser quando crescer

    Sinceramente não me lembro de momentos quando criança que  que me imaginava o que seria quando crescesse, me preocupei em ser criança. Devo muito aos meus pais, pois eles permitiram viver as fases da vida no tempo certo, quando criança pensava em ser criança e adolescência também. Mas no ensino médio comecei a me preocupar com o que viria fazer, comecei a me interessar por áreas das pessoas que me cercavam, um deles era advogado, José Geraldo de Melo e me interessei em fazer aquilo que ele fazia. Também me interessei em psicologia, mas o direito acabou vencendo”.

 

  • Quando conheceu e como começou a se envolver com a causa

    Já advogada, o pessoal da pastoral carcerária pediu minha ajuda para atender gratuitamente os presos quinzenalmente na cadeia pública no ano de 2001. Em junho de 2002 aconteceu o seminário de estudos sobre o Método APAC no Colégio do Caraça, fui convidada pelo juiz e pela equipe da pastoral para participar e conhecer a APAC. A juíza era a Dra. Maria de Lourdes Freiras, do município de Luz/MG.

    Nesse seminário conheci Valdeci, Dr. Mário e ex-recuperandos da APAC de Itaúna, sai encantada! Compus a primeira diretoria da APAC e desde então comecei a trabalhar na APAC de Santa Bárbara, fui consultora jurídica, fui presidente e ajudei no processo de fundação e implantação, trabalhei durante 8 anos na APAC de Santa Bárbara.

 

Depois fui convidada pelo Valdeci a trabalhar na FBAC, desde julho de 2010 estou nela. Comecei como inspetora de metodologia, depois assumi como Gerente Jurídica de Parcerias e fiquei até o último dia 22 de junho no cargo e agora assumo este novo desafio como Diretora-Geral da FBAC”.

 

  • Quais as suas expectativas assumindo a Direção-Geral da FBAC? 

 

É relativamente confortável assumir a Direção depois do trabalho desenvolvido pelo Valdeci com tantos parceiros importantes. Assumo a direção da FBAC em um momento muito sólido. O projeto já tem uma projeção nacional muito grande e um patamar de muito destaque. Já é uma política pública consolidada em vários lugares do Brasil, assumo a Direção com uma solidez administrativa e financeira muito importante para dar continuidade ao trabalho. Conto com a colaboração do Valdeci com sua experiência e liderança. Junto de todos os diretores e parceiros vamos consolidar e expandir com sustentabilidade e investir em planejamento para criarmos bases cada vez mais sólidas”.

 

  • O que a Tatiana de hoje falaria para a Tatiana do dia 25 de Junho de 2002, quando houve a primeira audiência pública em Santa Bárbara (MG) ?  

Confia, Deus está no controle, você fará parte de um projeto grandioso a serviço da vida e dará contribuições importantes para esse projeto, siga em frente!”


  • Você disse que começou errando muito pois, dividiram um presídio com paredes, um lado sendo APAC e o outro sendo o sistema comum. Qual foi o pior desses erros e como você lidou para que não perpetuasse.

 

Os erros cometidos são todos ligados a desobediência e improviso, íamos a Itaúna e pegamos orientações com pessoas e parceiros mais experientes, mas chegávamos na APAC local, faziamos do jeito que achávamos que era mais fácil. Toda vez que pegávamos esse caminho errado de um projeto já consolidado lidando no improviso a gente erra. Éramos muito apaixonados pela causa e fiéis ao grupo que estava trabalhando, vimos que erramos e decidimos caminhar corretamente e planejar as coisas, começou a dar certo e agora a APAC está operando perfeitamente.” 

 

  • Mesmo com 20 anos de FBAC, no discurso você diz ter medo, quais esses medos e como irá superá-lo na gestão ?

    Os medos todos que tenho são erros próprios da humanidade, não só meus. Medo de decepcionar, de errar, de falhar, são receios que me sondam mas também por outro lado há muita vontade. Em 20 anos de trabalho aprendi muito e quero disponibilizar tudo que aprendi e a minha dedicação ao projeto. Aquilo que eu não souber eu quero não ter medo de buscar, mas nada que me paralise, esses medos são saudáveis de se ter para que nós possamos nos manter vigilantes, isso é muito importante pra quem ocupa um cargo de gestão.

 

  • Qual a maior lição de vida a FBAC lhe deu


Que coisas grandiosas positivamente podem acontecer quando se trabalha a serviço do amor e da vida, vi nesses anos todos de trabalho transformações grandiosas na vida de tantas pessoas, de recuperandos, familiares, parceiros, funcionários. É um tsunami de transformação positiva na vida de tanta gente que se coloca a serviço da mudança e transformação

 

  • Como você elevará as APACs aos lugares que elas merecem, com excelência na gestão, na aplicação da metodologia proposta e na implantação dos padrões de disciplina e segurança exigidos

 

“Já estou inserida no processo decisórios da FBAC há um tempo, mesmo antes de ir pra Direção-Geral. Sobre a excelência não sei se um dia iremos alcançar, mas ela deve ser sempre buscada. Encontrar e reunir os elementos positivos que temos até hoje com o apoio político e institucional, os parceiros, a equipe de colaboradores sólida e competente. As APACs já em funcionamento e às implantação com tudo o que temos de positivos, vamos potencializar e aquilo que não estiver funcionando adequadamente iremos buscar juntos, como sempre fizemos.

 

  • No discurso foi muito citado o empoderamento das mulheres

    Não poderia ser diferente, fiz questão de exaltar e fazer uma homenagem especial para as mulheres no Projeto das APACs. Como disse no discurso, a sociedade ainda não naturaliza mulheres em espaços de poder e decisão. Embora numericamente nós tenhamos praticamente igualdade, somos metade da população brasileira. Há muitas condições culturais, sociais, econômicas e políticas ainda a vencer, por isso quando uma mulher alcança esse espaço é sempre um motivo de comemorar.

    Quero ressaltar como ressaltei no meu discurso, sempre me senti muito valorizada na FBAC, estive em condições de adversidades há começar pela minha contratação, fui contratada grávida, a FBAC acreditou que uma mulher grávida prestes a ter um filho, que embora traga uma experiência grandiosa na vida de uma mulher, traz também limitações pois precisa cuidar, precisa maternar. Mesmo com tudo isso a FBAC acreditou que eu poderia dar contribuições importantes para o projeto e sempre investiu em mim, para que eu pudesse ser cada vez mais, até então, este último investimento que foi confiado a mim a Direção-Geral da FBAC e espero responder a altura.

    Na sua experiência, qual a principal diferença da gestão de um homem para uma mulher e principalmente no contexto APAC/FBAC ?

 

Na minha visão não é nada ligada a capacidade técnica e intelectual, pois nesse sentido homens e mulheres podem ser igualmente competentes e capazes. Mas a diferença é o mundo das experiências, físicas, emocionais, sociais, políticas, econômicas e culturais e nesse sentido há diferenças entre homens e mulheres. A gestão vai sendo pautada pelo mundo de experiências que uma mulher tem diferente dos homens. 

 

Aqui há muitos pontos de convergência na gestão da FBAC feita por um grande homem, um grande líder, Valdeci, para as que virão sobre a minha coordenação. Há muita convergência entre valores sociais, políticos e econômicos, a partir desses pontos que seguiremos a muitos valores sólidos na vida dele e na minha. Mas terei um olhar com o mundo de experiência de uma mulher, que vive na sociedade brasileira, que é diferente na experiência de um homem neste mesmo lugar. Então nesse sentido é uma diferença do olhar que traz questões de gêneros, visões diferentes de mundo.”

 

 

Categories:

Comments are closed

9º CONGRESSO DAS APACs / 9º Congress of APACs