Existe um homem que se esmera no cumprimento do dever para dar bom exemplo;

que fica humilde quando poderia se exaltar;

que chora a distância a fim de não ser observado;

que, com o coração dilacerado, se embrutece para se impor como juiz inflexível;

que, na ausência, usam-no como temor para evitar uma ação menos correta;

que, quase sempre, é chamado de desatualizado;

que, apenas fisicamente, passa o dia distante na labuta por um futuro melhor;

que, ao fim da jornada, avidamente, regressa ao lar para levar muito carinho e, às vezes, pouco receber;

que está sempre pronto para ofertar uma palavra orientadora ou relatar uma atitude benfazeja que possa ser imitada;

que, muitas vezes, passa noites mal dormidas a decifrar os segredinhos da vida, para transmitir ensinamentos sem as naturais vicissitudes;

que, quando extenuado, ainda consegue energias para distribuir confiança;

que é tão humano e sensível, por isso, normalmente, sente a ausência do afeto que lhe é dado raramente e de forma pouco comunicativa;

que, vibra, se emociona e se orgulha pelos feitos daqueles que tanto ama.

     Esse homem, geralmente, se agiganta e passa a ser valor inexorável quando deixa de existir para sempre.

     Nunca perca, pois, a oportunidade de devotar muito carinho e amizade àquele que é seu melhor amigo: SEU PAI.

 

Do livro “Cristo me Marcou”, de Mário Ottoboni

 

Nota: “IMAGEM DE PAI”, consta da coletânea Bradesco, os melhores poemas do Brasil.

 

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