Foi realizado pelo Conselho Regional de Serviço Social de Minas Gerais (CRESS-MG), o curso Ética em Movimento, que teve como público alvo os profissionais da área.

 

“A idéia do curso partiu da nossa visita de fiscalização no sistema prisional, da conversa que tivemos com a Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas e da demanda das próprias assistentes sociais, que sentiam a necessidade de trocar experiências profissionais e fazer reflexões sobre sua atuação”, explica Maria de Lourdes Borges, coordenadora da Comissão de Direitos Humanos do CRESS.

 

Por ser bastante específico para quem trabalha no sistema prisional, o curso se concentrou nos cadernos de Ética e Sociedade e Direitos Humanos, “mais do que fundamentais para quem convive com estas questões diariamente”. No sistema prisional, “as assistentes sociais estão lidando com as questões dos direitos das pessoas em privação de liberdade e dos seus familiares, mas principalmente, da ausência desses direitos”, ressalta Lourdes. Isso significa garantir que o preso tenha acesso à saúde, alimentação e condições dignas. Mas mais do que isso, as reflexões perspassaram sobre a avaliação do sistema prisional atual e o estudo de alternativas que possam realmente contribuir para a ressocialização das pessoas em conflito com a lei, no caso a APAC.

 

Por esse motivo, o CRESS convidou o agente socioeducativo do Centro de Atendimento ao Adolescente (CEAD) e estudante de direito, Cleubert Oliveira, que já esteve em situação de privação de liberdade, sendo três anos no modelo convencional e cerca de um ano no modelo da APAC. Ele emocionou os participantes do curso ao contar sua história de vida e casos que viveu na Associação.

 

“Eu não acreditava na APAC. Falava que ia fugir, ia fazer festa. Mas logo que cheguei lá fui surpreendido: me chamaram pelo nome. Ainda assim eu tinha uma certa resistência, pois estava muito podre por dentro, queria sair e usar mais drogas. Até que o diretor da APAC me chamou para conversar e disse: aqui dentro somos todos seres humanos”. Segundo Cleubert, ele passou a se envolver mais com o trabalho da Associação, participar dos cursos. “Minha família veio me visitar e aí vi que havia esperança”, se emocionou. “Aprendi que o ser humano é maior que o seu delito e que as pessoas precisam de oportunidades”.

 

No encerramento, foi sugerida às assistentes sociais a formação de um núcleo de profissionais de Serviço Social do Sistema Prisional, visando o aperfeiçoamento teórico-metodológico e ético-político.

 

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