A APAC de Itaúna recebeu no último dia 04, a visita do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais (ALMG), deputado estadual Durval Ângelo. 

O deputado conheceu a APAC de Itaúna em 1997, quando atuou como vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito que fez uma varredura no sistema prisional em Minas Gerais: “Motivados pela Igreja Católica que realizava a Campanha da Fraternidade sobre o sistema prisional, houve um abaixo assinado em várias paróquias de Belo Horizonte para que fosse criada uma CPI para se fazer uma radiografia do sistema penitenciário no Estado de Minas. Em todos os estabelecimentos visitados só encontrávamos trevas e escuridão (tortura, superlotação, corrupção, etc.). Quando ouvímos falar da APAC ficamos interessados em conhecer. O deputado João Leite, que era o presidente da Comissão, eu, que era o vice, e o deputado Ivair Nogueira, que era o relator, todos nós ficamos chocados quando chegamos à APAC de Itaúna. Vimos ali algo extraordinário. Um trabalho de solidariedade, de resgate da dignidade da pessoa. Ali pude perceber a grande questão, que é enxergar no outro o nosso irmão. À partir daí fizemos um relatório final, relatando que a única experiência realmente relevante em Minas Gerais era a experiência da APAC de Itaúna, priorizamos, defendemos e divulgamos as APACs, insistindo para que o governo fizesse convênio com as mesmas, cobrando para que realmente houvesse a valorização da APAC, o que acabou culminando alguns anos depois com um projeto que mudava a Lei de Execução Penal Estadual, para que as APACs pudessem firmar convênios com o Estado. Aí nós conseguíamos revestir de legalidade, conseguíamos fazer com que as APACs saíssem não só do anonimato, mas da marginalidade legal.” Desde então, o deputado, sempre que pode, visita a APAC de Itaúna, e o faz “como presidente da Comissão de Direitos Humanos, como cidadão e como entusiasta da APAC e da FBAC que coordena todo esse trabalho. Eu venho à APAC para aquecer o espírito, para mostrar que é possível pensar diferente os problemas da segurança e da defesa da sociedade.”

Para o diretor executivo da Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados, Valdeci Ferreira, “as dificuldades deste processo de consolidação e expansão das APACs são muitas, e por isso temos que nos aliar a parceiros fortes. O deputado Durval Ângelo, como presidente da Comissão de Direitos Humanos trouxe, há 17 anos atrás, a Comissão Parlamentar de Inquérito para conhecer a APAC de Itaúna. Foi a primeira vez que a APAC foi notícia, porque até então era um trabalho que vivia no anonimato, no silêncio, e foi à partir desta primeira visita que o Método APAC ficou conhecido no estado de Minas Gerais, e permitiu que outras APACs então começassem a nascer. Ao longo da história da APAC, nos momentos mais difíceis, o deputado sempre esteve ao nosso lado.” 


 

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