Pessoas que, um dia, fizeram mal à sociedade e estavam presas a um futuro sem perspectivas, hoje brilham com novas oportunidades e habilidades profissionais. Nos corredores das APACs, os recuperandos e recuperandas não são mais definidos pelo passado, mas pela força de sua reinvenção. Formados em cursos como Eletricista Predial, Pedreiro de Alvenaria, Confeitaria, Costura Industrial, Mecânica de Motos, Operador de Computador, Panificação e Assistente Administrativo, eles agora estão prontos para reconstruir suas vidas, prontos para ocupar um novo espaço na sociedade. O que antes parecia impossível – uma vida de oportunidades após a prisão – agora é uma realidade, e cada diploma recebido é um marco na jornada de reintegração e transformação desses indivíduos.

As Associações de Proteção e Assistência aos Condenados (APACs), em parceria com o Minas pela Paz no escopo do Programa Pró APAC e com o patrocínio da MRV, concluíram mais um ciclo de formações que transformam vidas. Em 2024, 23 cursos profissionalizantes foram ministrados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), certificando 550 recuperandos em diversas unidades prisionais.

Maria Eduarda Barbosa, pedagoga da FBAC considera que “(…) os cursos profissionalizantes oferecidos por meio da parceria com o Minas Pela Paz, pelo Programa Pró-APAC, uma ferramenta fundamental para transformar vidas. Eles vão além da capacitação técnica, oferecendo aos recuperandos e recuperandas uma nova perspectiva de futuro digno. Ao aprender uma profissão, essas pessoas têm a chance de se reintegrar à sociedade com dignidade e confiança em sua capacidade de contribuir. Essa iniciativa é um exemplo claro de como oportunidades concretas podem quebrar ciclos de exclusão e reincidência, e abrir portas para um recomeço repleto de possibilidades.”

Desde 2009, o Programa Pró APAC, conduzido pelo Instituto Minas pela Paz, já certificou mais de 13.000 alunos em cursos profissionalizantes pelo sistema S, reforçando seu papel como uma das principais iniciativas de reintegração social no Brasil.

“A qualificação profissional é fundamental para nós, recuperandos, pois nos prepara para novas oportunidades no mercado de trabalho. A parceria com o SENAI tem sido essencial nesse processo, proporcionando cursos que ampliam nossas possibilidades. Além disso, o apoio dos parceiros torna viável a realização desses cursos, trazendo ainda mais recursos e chances para o nosso crescimento. Esses cursos não são apenas uma formação técnica, mas um preparo para o mundo lá fora. Já começamos a viver essa transição e, com a qualificação obtida, acreditamos que teremos mais chances de nos reinserir na sociedade e conquistar nosso espaço, mesmo diante das dificuldades que sabemos existir”. Afirma o recuperando da APAC de Santa Luzia, M.M.

APACs Contempladas
Entre as APACs beneficiadas pelo programa em 2024 estão:

  • Almenara;
  • Araxá;
  • Belo Horizonte;
  • Conselheiro Lafaiete;
  • Frutal;
  • Governador Valadares;
  • Inhapim;
  • Itabira;
  • Itaúna;
  • Januária;
  • Manhuaçu;
  • Manhumirim;
  • Nepomuceno;
  • Paracatu;
  • Patos de Minas;
  • Patrocínio;
  • Pedra Azul
  • Rio Piracicaba;
  • Santa Luzia;
  • São João del Rei.

A formação vai além da capacitação técnica, contribuindo para o fortalecimento da autoestima, do senso de responsabilidade e da cidadania dos alunos.

Essa realização só foi possível graças à colaboração entre diversas instituições. O apoio da FBAC – Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados – e do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) foi fundamental para garantir a continuidade e o sucesso do programa. Além disso, o patrocínio da MRV reforça o compromisso do setor privado em apoiar iniciativas que promovam a transformação social.

As cerimônias de formatura são um marco para os recuperandos, suas famílias e toda a rede envolvida no processo de ressocialização. Para muitos, a certificação representa uma oportunidade concreta de recomeço no mercado de trabalho e na sociedade.

As formaturas dos cursos profissionalizantes nas APACs representam não apenas o encerramento de um ciclo de aprendizado, mas o início de uma nova fase para os recuperandos, repleta de oportunidades para reintegração e transformação social. 

Com o apoio de instituições como o Programa Pró APAC, o Instituto Minas pela Paz, o SENAI, o TJMG e a parceria com o setor privado, como a MRV, essas iniciativas proporcionam aos participantes uma formação que vai além da capacitação técnica, impactando positivamente sua autoestima e cidadania. Ao promover uma educação de qualidade dentro do sistema prisional, as APACs reafirmam seu compromisso com a reintegração dos indivíduos na sociedade, reforçando a importância de investir em processos de recuperação e reintegração como forma de combater a criminalidade e promover uma sociedade mais justa e inclusiva.

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