Nos dias 11 e 12, a Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados (FBAC), em parceria com a AVSI-Brasil, realizou a última edição do ano de 2024 do Projeto Libélula na APAC feminina de Belo Horizonte, uma iniciativa voltada para promover igualdade de gênero e melhores condições para mulheres em situação de privação de liberdade. O evento marcou um importante passo na luta por visibilidade e respeito aos direitos das mulheres no sistema prisional brasileiro, um tema cada vez mais urgente diante do crescimento do encarceramento feminino e da falta de políticas públicas específicas.

Participaram da solenidade de abertura, Jacopo Sabatiello, Vice-presidente da AVSI Brasil e Conselheiro da FBAC, Simone Ceccotti, assistente social atuante na Vara de Execuções Penais de Belo Horizonte, representando o Juiz de Direito Daniel Dourado, Juliana de Jesus, inspetora de metodologia da FBAC, Maria Geralda Vilela Cupertino, Presidente da APAC Feminina de Belo Horizonte. Estiveram presentes nos dois dias de evento, Tatiana Faria, Diretora-geral da FBAC, Marcelo Moutinho, Gerente de Comunicação da FBAC, Maria Eduarda, Pedagoga da FBAC, Camila Miranda, Supervisora de Educação e Profissionalização da FBAC e Cristiane Nogueira, Psicóloga da APAC de Itaúna.

O Projeto Libélula nasceu da necessidade de direcionar atenção, energia e recursos para o público feminino encarcerado, cujas vivências e desafios ainda são negligenciados. Além de garantir direitos fundamentais, o projeto visa oferecer educação e capacitação como ferramentas essenciais para a transformação e reintegração dessas mulheres à sociedade.

“Eu penso no Libélula como um espaço de cura e acolhimento, pensado especialmente para as mulheres que enfrentam realidades que, para muitos, permanecem invisíveis, mas que são profundamente complexas e dolorosas. Esse projeto nasce com base em dois pilares fundamentais: a empatia e o amor ao próximo. A nossa missão vai além de acolher. Queremos ajudar cada mulher a se reconhecer e a se conectar com sua própria história, não importa de onde ela venha”, afirma Juliana de Jesus, inspetora de metodologia da FBAC.

A FBAC acredita que é fundamental lançar um olhar mais sensível e comprometido com as mulheres encarceradas. Muitas enfrentam desafios que vão além da própria condição de privação de liberdade, incluindo aspectos relacionados à saúde, à maternidade e à reinserção social.

As ações realizadas ao longo desta edição do Projeto Libélula incluíram atividades educativas e formativas, oficinas, rodas de conversa, e momentos de escuta ativa, que promoveram o compartilhamento de experiências e histórias de vida. O objetivo foi não apenas levar conhecimento, mas também oferecer apoio emocional e psicológico, reconhecendo que a educação é uma ferramenta de empoderamento e transformação social.

O encerramento desta edição simboliza o compromisso contínuo da FBAC e da AVSI-Brasil com a promoção da dignidade e do respeito às mulheres encarceradas, demonstrando que é possível construir caminhos de esperança e mudança através de ações coletivas e integradas.

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