Instituído em 1985, pela ONU, o Dia do Voluntariado é comemorado internacionalmente em 5 de dezembro. A criação da data tem como propósito fazer com que o espírito de solidariedade se espalhe pelo mundo através de diferentes ações realizadas em vários países.
Fonte: instituto reação

Nas APACs, voluntariado é mais do que um conceito, um ideal, ele é um dos 12 elementos fundamentais que regem e direcionam as APACs. Isso porque a APAC acredita que sem o engajamento comunitário, através do voluntariado, não será possível aplicar a Metodologia apaqueana em sua integralidade.

A APAC somente poderá existir com a participação da comunidade, pois compete a esta a grande tarefa de, preparada e organizada, introduzir o Método nas prisões.”
fbac.org.br/os-12-elementos/

Em forma de homenagem e para celebrar essa data tão especial, compartilhamos com vocês uma entrevista que realizamos com nossa querida voluntária, Maria do Perpétuo Socorro Leão da Silva, que faleceu no dia 2 de novembro de 2021. Ela, ao lado do marido, Sr. Cléber Israel Silva, que também foi voluntário na APAC, fez parte do grupo que fundou a APAC de Itaúna. Ao longo de 39 anos de tantos desafios e muita determinação, socorro celebra a vida dedicando-se ao amor ao próximo.

Vale reforçar que esta homenagem se estende a todos os voluntários ativos e tantos outros que nos deixaram este ano.

1. Conte um pouco da sua história, como começou seu voluntariado na APAC?

Tudo começou na pastoral carcerária. Eu e meu marido Cléber fazíamos palestras nos encontros de casais na paróquia de Santana. Um dia, nos convidaram para fazer uma palestra na cadeia de Itaúna. Era uma campanha da Fraternidade que tinha como tema os presos. A palestra foi proferida em frente às celas, nos corredores. Confesso que tive medo de estar ali, perto de pessoas que cumpriam pena, porém notei que a maioria eram jovens, jovens estes que poderiam estar estudando, trabalhando e até mesmo aproveitando a vida. Foi um dia de muita reflexão. Logo em seguida, fomos trabalhar com os presos. No sistema comum e logo depois na APAC. 

2. Por que fazer voluntariado?

Todos nós somos responsáveis pelo nosso semelhante, no que se diz a transformação da sua realidade, da sua mudança de vida. Jesus diz: “Digo-vos que haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de seu arrependimento”

3. Qual o papel do voluntário na APAC?

É ser uma pessoa que está ali para ouvi-los, dar-lhes atenção, mostrar-lhes que a mudança de vida é possível, desde que tenha vontade de se oferecer para ajudá-los. A disciplina com amor é também do voluntário. 

4. O que você aprendeu de mais importante em sua jornada como voluntário?

Hoje sou uma pessoa melhor do que anos atrás. Sou mais tolerante com quem errou, acho que antes de ser um condenado, um bandido, é um filho de Deus, que precisa de ajuda. Ninguém escolhe ter uma vida destruída pelo crime. Nos relatos que os recuperandos me faziam pude perceber de muitos o arrependimento sincero. 

5. O que você diria às pessoas para incentivá-las ao voluntariado?

Eu diria que ser voluntário faz bem para a alma, traz alegria por estar fazendo o bem a uma pessoa rejeitada, portanto um excluído da sociedade. Para muitos “bandido bom é bandido morto”. E olha que já fui muito criticada por este trabalho no início da APAC e hoje recebo vários elogios por ser voluntária há tanto tempo. Estamos necessitados de pessoas que queiram trabalhar em várias áreas. Eu sempre trabalhei com valorização humana, foi ótimo.

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